LG P500H Optimus One - Android

Será que o custo baixo vale mesmo a pena? Será que a LG conseguiu melhorar seu Optimus para algo mais usável? Diria para não termos expectativas tão altas, pois quanto mais alta, maior o tombo.

Vemos pelas especificações que o aparelho é bem parecido com o Milestone, perde em alguns quesitos, mas tem mais RAM, o que ajuda no multitasking. Porém essa tela pequena com essa resolução baixa não ajuda muito. Mesmo que digam que está bom o bastante, você consegue perceber na Barra de Notificações muito bem o relógio com pixels a mais. Mas já é melhor que a tela do Galaxy 5 e do Spice, que de longe foi a pior que eu já vi até hoje.

Depois de pegar o aparelho em mãos que eu fui entender a origem do nome Optimus One. Ele lembra o Nexus One em vários coisas, como curvas e linhas laterais. Nunca mexi muito com um Nexus One, só fiquei com um por uns 10 min mas me lembrou. A carcaça do aparelho é muito bonita, e o logo “With Google” atrás é lindo. Porém as semelhanças acabam aí. O Nexus One tem um processador de 1GHz, enquanto do Optimus One é de apenas 600MHz.

Como podem ver também ele só tem uma saída de som, onde sai o som para a chamada e do toque. Porém dessa vez eles deram uma melhorada, e não é tão horrível quanto do seu irmão Optimus. A localização do fone de ouvido continua naquele lugar horrível, mas pelo menos nesse aparelho consigo virar para o outro lado. Menos mal. Nessa parte superior ainda, tem um sensor de proximidade para desligar a tela quando em ligação, mas nenhum sensor de luz, e sem ajuste automático do brilho da tela.

Falando ainda da parte externa do aparelho, a tela dele me agradou por não acumular tanta gordura. Porém não pegava o toque direito. Sei lá que película ou camada protetora a LG pôs no aparelho, mas mesmo sendo tela capacitiva, não estava funcionando bem. Várias vezes tentei apertar ou rolar a página e o aparelho não respondeu. Incrível! Agora isso não é o pior. O título do review se deve a total incapacidade do aparelho em receber dois toques na tela! Eles poderiam ter feito como o X10 que tem apenas um toque, mas não… preferiram implementar um multitouch horroroso. Agradeço à Sony Ericsson por nem ter tentado implementar o multitouch no X10 antes de vários testes. Ele simplesmente trava após o primeiro toque.

O multitouch no Optimus One é algo incrível. Você consegue apertando em um dos lados da tela, fazer um ícone do outro lado ser ativado! Segundo meus amigos que também gostam de Star Wars, você simplesmente usa a “força”. Não adiantaria muito eu ficar falando, então fiz logo um vídeo. Ah sim, e também não tentem utilizar o aparelho ligado no USB ou carregador de parede. O touch dele ficará extremamente maluco, algo que vemos no Milestone também.

Sobre esse problema, eu procurei um pouco no XDA e vi que algumas pessoas resolveram instalando um Kernel modificado. Inclusive descobri que ele tem um problema que aumenta o consumo da CPU para 100%, ajudando a gastar mais bateria. Para saber mais sobre empresas que conseguem modificar o Android e estragar o que funciona, ouça o cast com o James “Motafoca” Coggan. A Samsung conseguiu destruir o Galaxy 5. Vai ver como diz o Will, eles pegam estagiários para aprender nesses aparelhos mais fracos.

Pois bem, a LG estragou o aparelho em questão de hardware, e em software? Bom nesse quesito ela não fez nada magnífico e que já não havia feito. Caso queiram ver o review do Optimus GT540, a interface está bem parecida, apesar da LG ter tirado algumas coisas. A primeira que senti falta foi a de escolher o tema da Home. Eu imaginava seriamente que a LG ia introduzir uns temas a mais como a HTC fez no Sense, já que a escolha do tema existia no Optimus, mas só tinha 2 temas. Aqui ela simplesmente tirou.

O discador está igual, porém eles deixaram ícones no lado direito com letras ao invés do usual (para nós Androiders), que é quando faz uma rolagem aparece uma espécie de botão para rolar mais rápido (pois é, não sei o nome daquilo). Nada de grupos novamente. Outra coisa que tiraram e que eu senti falta foi de poder fazer download de qualquer arquivo pelo navegador nativo. Não sei como uma empresa pode fazer isso: faz um aparelho piorzim, e no melhorzinho tira várias coisas. Será que foi falta do pessoal dizer que estava bom? Porém eles adicionaram algo interessante que é parecido com algumas homes: desinstalar aplicativo segurando eles na lixeira. Na verdade ele não faz isso, mas dentro do App Drawer ele tem a opção de poder desinstalar rapidamente um aplicativo.

  

Sendo sucinto, a câmera não melhorou em nada a do Optimus. Parece ser a mesma lente, tem a mesma resolução e tira fotos do mesmo jeito. Não tenho muito a dizer sobre a câmera mesmo não. Até o software da câmera parece com o da ArcSoft.

O aparelho é usável. As vezes ele sofre da lerdeza padrão de aparelhos mais simples, mesmo tendo quase respeitáveis 512 de RAM. Para lembrarmos, o Milestone 2 tem 512 de RAM, e também sofre com problemas no touch. Acho que fizeram um versão piorada dele…

O aparelho pode ser usado sim. Apesar de travar as vezes, ele é rápido. Na verdade ele não trava, ele para para pensar, e fazer suas animações. Então não é realmente travar. Quem trava é o Milestone, e só volta no reboot. Tanto que eu não tenho o costume de desligar o aparelho, e lembro de depois de uns 3 dias usando o Optimus One, fui no navegador e tinha pelo menos umas 5 abas abertas. Segurou bem rapaz! Agora sobre eu ter falado lá em cima que o processador usa instruções ARM6, é porque apesar do aparelho ter FroYo, o Flash necessita que sejam pelo menos instruções ARM7. Ou seja, nada de sites que contenham qualquer coisa em Flash, ou jogos que vão utilizar o Flash do aparelho, ou Adobe Air.

Por falar em deixar ligado, o aparelho tem uma bateria razoável. Consegui fazer o percurso casa-trabalho, com minhas usuais quase 3 horas de música no PowerAmp (que faz decode por software) e tela ligada, e ele ficou firme cons uns 30% no final. Comparado com o Optimus ele é pior, mas por causa da tecnologia da tela e pelos problema lá do multitouch.

O som do aparelho me agradou, pelo menos no fone de ouvido. Achei alto até demais na verdade, e pecava um pouco nos graves. O speaker externo eu não gostei tanto pois fica junto do de chamado, mas não é de todo ruim. Também no assunto som o aparelho vem com rádio FM. Achei o software muito ruim, com lag e nem o RDS (verificar se o nome é esse mesmo) ele pegava direito. Mas é útil, principalmente que mesmo pedindo para o fone estar conectado ele podia ser ouvido pelo speaker externo. Difícil ver isso nos aparelhos.

 

A barra de notificações também é melhorada, dando acesso rápido a funções importante. Eu vou falar cada uma delas para que não passem pelo que passei: desliguei os dados pensando que era o volume e fiquei xingando minha operadora por pelo menos 2 horas xD (fala sério, o pessoal da LG não é designer mesmo… ). E a lockscreen continua do mesmo jeito do Optimus, com algumas informações rápidas para te ajudar.

Uma coisa que muitos sentem falta nos outros aparelhos com 2.2 no mercado é a possibilidade de fazer tether via USB. Por incrível que pareça no Optimus One tem. Inclusive a opção de fazer virar hotspot WiFi também. Achei muito bom isso, apesar de nunca ter conseguido fazer rodar no Windows e não ter suporte no Mac. Mas lembro de ter usado no Linux e ele funcionava maravilhosamente.

Em questão de jogos o aparelho rodou Angry Birds, rodou pelo menos a intro do Spider Man, porém não consegui testar com nenhum outro jogo top. Na verdade me faltam jogos melhores. Não sei o que mais tem de super apelão no Market para poder pegar para testar a força dos aparelhos. Então por favor, para o próximo review me recomendem alguns nos comentários abaixo.

Outra coisa que me deixou triste da LG ter tirado foram os aplicativos da ArcSoft. Achei eles realmente bons, e a galeria era mais rápida que a nativa do Android 2.2. Fazer o que…

Bom, no início eu achei que não ia conseguir root. Como alguns devem saber, a partir do 2.1.1 o Google adicionou uma proteção a mais nos aparelhos, e alguns softwares que davam root como Z4root e o Androot perderam efeito. Então nada feito. O Super One Click só trava no meu pc. Na verdade em todos que tentei ele trava. Pc da empresa, pc de casa, VM, todos… estava quase desistindo quando lembrei de um último que saiu esses tempos: GingerBreak. Ele parece utilizar um exploit diferente, mas só funciona no FroYo para cima. Não custava nada tentar e… deu certo! Ufa, consegui o root no aparelho finalmente. Fui então instalar o ShootMe para tirar screenshot, e incrivelmente ele estava tirando screenshot sem precisar do root. Muito esquisito, mas bastante útil para quem não tem DDMS (que vem na SDK).

Questão de ROMs eu procurei e vi algumas no XDA, principalmente que arrumavam o problema do multitouch e do uso da CPU. Então se você acha que o aparelho está ruim, saiba que não é o único, e que algumas pessoas estão trabalhando para ajudar. Inclusive li algo sobre a Cyanogen no aparelho. Se realmente vier, o aparelho com certeza pode se tornar melhor.